Instituto Pensar - ONG \'Lá da Favelinha\' emprega 300 pessoas em plena pandemia

ONG 'Lá da Favelinha' emprega 300 pessoas em plena pandemia

por: Mônica Oliveira 


ONG realizando entrega de marmitas durante a pandemia  (Foto: divulgação site ECOA)

Em Minas Gerais, a ONG Lá da Favelinha, no Aglomerado da Serra, maior favela do estado, promoveu uma verdadeira revolução no acesso à cultura, lazer, formação e ainda expandiu as ações para também oferecer trabalho e renda.

A apatia inicial provocada pela pandemia adiou muitos planos da organização, mas durou pouco tempo e logo foi substituída por cooperação. Assim, hoje a ONG emprega 300 pessoas, que trabalham diretamente com as novas atividades de enfrentamento à pandemia que a organização acrescentou às suas atividades.

De acordo com o Geledés, a iniciativa liderada por Kdu dos Anjos, 29 anos, começou em 2015 e tinha foco na promoção de leitura e em oficinas de rap para a comunidade onde ele cresceu.  

O novo projeto ganhou o nome de Frente Humanitária e conta com a participação do Instituto Unibanco. Além de distribuir cestas básicas e marmitas, em julho eles passaram a doar máscaras também. Em outra ação, a frente ainda realizou a entrega de 20 mil chinelos e material de higiene pessoal e de limpeza.

"A gente está distribuindo duas mil marmitas por dia, que dá 60 mil por mês. São seis mil cestas básicas por mês, com uma média de cinco pessoas por família — então a gente está alimentando 30 mil pessoas com as cestas básicas — e distribuindo trinta mil máscaras”, contabiliza Kdu.

Entre as pessoas que hoje trabalham diretamente com a Lá Da Favelinha, estão cozinheiras, equipe de RH e motoristas de carros. A ideia é gerar renda e fomentar o comércio dentro da favela. "E é muito legal. A gente chega nos açougues assim: ‘Eu quero R$ 100 mil de carne para esta semana.’ O cara no meio da crise, desesperado, chega alguém de dentro da comunidade e pede isso”, diz. "Todo mundo que está envolvido é da comunidade, e as entregas são na comunidade”, celebra.

No momento, o projeto é desenvolvido por 70 pessoas, sendo 40 que atuam de forma contínua e os MCs e DJs, que têm menos demanda. "E o legal é que neste momento eles também estão trabalhando: estão sendo os entregadores de marmita, estão sendo as pessoas das pesquisas, dos cadastros”, conta Kdu.

Outras ações desenvolvidas pela Lá da Favelinha

A ONG, que também é um centro cultural, ainda disponibiliza para a comunidade 16 oficinas semanais, entre as quais estão as de inglês, espanhol, teatro, artesanato, capoeira, balé e judô.

Reconhecida internacionalmente, a organização criou uma marca de moda reciclável e sustentável (a Remexe, que tem até filial na Inglaterra) e ainda promove os eventos: Favelinha Fashion Week; batalha de passinho Disputa Nervosa; e o grupo de dançarinos Favelinha Dance.

Confira aqui, íntegra do relato feito por Kdu dos Anjos ao Geledés.



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